domingo, 14 de agosto de 2011

Chave


Ânsia de sucumbir neste êxtase pagão,
ser a sombra da noite,
a luz do dia,
a chama que cega com seu clarão.

Não sei se é vida,se é morte,se é sorte.
Sei só que só não mais serei.
E que tive a chave que me abriu inteira,
naquela tarde em que,distraída,
dobrando a esquina,te encontrei.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Flores roxas germinam no gelo

Procuro pedaços de promessas não cumpridas,
por entre os cacos que sobraram de mim,
depois da viajem que começou e já partia...
a minha alma pela metade,
a minha vida entre o começo e o fim.
Pois não se desfaz assim tão fácil,
o que desde o início se mostrou...
A medida exata que faltava,
pra aliviar a dor das chagas
que ser sempre tão só me provocou.
E por parecer tão distante,
é que resisto em voltar para mim...
pois que já não me lembro mais quem eu era
antes de ter partido pra essa viajem,
Nem mesmo se fui um dia, enfim.
Vou vivendo então os meus dias,
como quem não quer mais tanto assim...
E desta forma mascaro a dor da ferida
de não possuir a única coisa que já pedi nessa vida,
mantendo meu orgulho até o fim.

domingo, 31 de julho de 2011

Pedra de gelo no verão

Eu me perdi buscando você.
E agora tento me reencontrar,
trazendo para aquilo que fui,
o que me tornei,
enquanto estava em seu lugar.

Mas nada parece ter sido em vão.
Que por mais que às vezes frio e indiferente,
o seu olhar foi pra mim como o sol,
a derreter o duro gelo em que havia se transformado
o triste inverno do meu coração.

Passado

Era eu mesma quem passava por aqui.
Mas não sou mais a mesma.
Meus passos eram mais apressados,
e minha boca tinha sede de algo.
Que por mais que já tenha sido alcançado,
não parece a sede ter saciado.