segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Verdade

Às vezes me belisco
para saber se estou vivo.
Às vezes corro um risco
e perco um ou dois compromissos.
Tudo se torna real
quando o desejo vira vontade,
e vira a vida do avesso,
para que a gente viva,
enfim,
a nossa verdade.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Metade

É inútil fazer dormir,
abafar essa dor pungente.
Não dá pra ser sempre alegria.
Quem diz que dá mente.
Sou feito de tudo
que sinto, falo, faço
do que duvido
e do que tenho certeza
Pra ser inteiro,
sem essa metade,
tenho que ser
também tristeza.


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ser feliz

Acho que ser feliz é mais fácil
quando não penso.
Quando não peso
os prós e contras de
se estar vivo.
Quando não luto
com meus pensamentos.
Quando não brigo
com o que carrego no peito.
Acho mesmo que ser feliz é
isso que sou
quando nem sei
que estou sendo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Libertar

Essa verdade que fere.
É ela que vai te libertar.
Das culpas,
vergonhas,
concepções errôneas
e do seu vício em julgar.

domingo, 13 de setembro de 2015

Clichê

Quem sente
não está em alta.
Permita-me que eu invente
um amor pra te entregar.
Uma falta
pra você preencher.
Uma farsa,
um conto de fadas
e todo esse clichê.



Vergonha

De vergonha em vergonha
a gente esconde o que é
e mostra só o bonito
ser já perfeito,
é um equívoco,
não ter defeito,
um mito,
esteja em paz
sendo o que se é.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Dança

Caia na dança
de passo em passo,
envolta em meus braços,
em segurança.
Sou letra e melodia,
condutor e conduzida.
Sim, eu sou você
e você, menina,
gota reluzente
dessa fonte Divina.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Expectativa

Foi tanto esperar
que eu esperei.
Você, a pensar,
também esperou.
Que tudo isso,
pensando bem,
se explica:
a expectativa
expirou.

                                                                                                                                                                   

Brincadeira

Ser menina e
ser mulher
ao mesmo tempo,
dá trabalho
essa brincadeira
de ser duas
de ser quem eu queira.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Longe

Diz pra mim
se pode isso,
que não sei
se isso é certo.
Ter tão longe
quem aqui dentro
mesmo distante
ainda está desperto.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Angústia

Causa da minha
angústia.
Você já não
vale
o que me
custa.

Viagem

Quero um colo
que me conforte,
um impulso
que me levante,
uma companhia
pra essa viagem
que embarcamos
a cada instante.

Chuva

Hoje não parou
de chover,
milhões de gotas
tocam o telhado.
Mas meu telefone
não toca
e ninguém deixa recado.
Não choveu na
minha horta.

Vaidade

A sua vaidade me diz
pra eu ficar.
A minha vontade
quer acreditar
que existe verdade,
mas sei,
todos sabem,
que amor quando invade
não aguenta esperar.

Vão

Lá embaixo
carros vêm e vão
e eu,
que não sei pra onde ir
faço poesia e,
aqui de cima
vejo pelo vão,
os carros que vêm e vão.

Atalho infinito

Um atalho infinito
pra que eu fique
cada vez mais distante
do amor que quero,
mas tenho medo
que quebre,
como aquele enfeite
na estante.

domingo, 6 de setembro de 2015

Por que nunca?

Por que nunca?
Nunca é muito tempo.
Tempo que não temos.
Temos tão pouco futuro.
E dizem que ele nem nos pertence.
Pertençamos, então, um ao outro essa noite.
E, se não nos pertence o futuro,
Terá nos pertencido, ao menos, o presente.

sábado, 5 de setembro de 2015

Amor e medo

Amor e medo
na mesma sentença
é, na certa,
sentença de morte.
O medo mata o amor.
O amor mata o medo.
O medo em você
matou o meu amor.
O amor em mim
matou meu medo
de ficar sem você.

Comida

Não sei calar
o que em mim grita.
Não sei ser santa
quando quero ser puta.
Não sei ser lanchinho,
quero ser comida.

Explosiva

Explosiva nas paixões.
Meu sim é muito sim.
Meu não é muito não.
Quem fica em cima do muro
mais cedo ou mais tarde cai.
Caiu a ficha pra mim.
Te deixo, em paz.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Acolho

Acolha a criança
birrenta e carente
que,
no canto da sala (você)
sentada,
ainda sente,
aquele joelho ralado,
aquele coração machucado,
aquele brinquedo quebrado.


Intempestiva

Eu:
Intempestiva
criativa
festiva
altiva
diva.

Você:
Tempestade
num chove
não molha
infinito
chuva ácida
que arde.

Tesouro

Não dá pra achar fora
o que lá dentro se perdeu.
Só você tem o mapa
pro tesouro que é seu,
mas que,
ao ser dividido
não perde valor
nem é diminuído.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Bagagem

Bobagem
carregar tanta bagagem
se o que me enche o coração
de coragem
não cabe numa caixa,
numa mala,
numa sacola.
Cabe no peito
que cheio de amor
transborda lucidez
e diz não à loucura
de quem pensa que ajuda
dando esmola.

Lição

Qual a lição
que mais uma vez
tenta me ensinar
nossa situação?

Só quem já
se apaixonou
sabe o que é
perder a razão.

Perder o foco
o senso crítico
perder nosso juiz(o)
e só viver no coração.

Será mais prudente
esperar, paciente,
pelo sim
ou pelo não?

Não sei se há tempo
não sei se em tempo
vou descobrir
vou decifrar
essa questão.


Saudade

Saudade
de ilusões perdidas,
de tanta coisa que não foi
e poderia ter sido.
Tantas vagas impressões
de uma vida mais colorida
mais vivida
mais ardida
mais vida.
Por que tantos julgamentos
e condenações equivocadas
quando somos todos
carrascos e vítimas?

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Vulcão

Sou vulcão de lava quente,
que se espalha,
não se contém.
Você, oceano, não me entende,
e quer me esfriar,
mal nos tocamos,
me detêm.

Clamor

Para reconhecer o amor
conheça primeiro a si mesmo
e, ao ouvir seu clamor,
não duvidarás
nem por um momento.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Atalhos

Não se surpreenda ao se ver
olhando o espelho que é o outro.
Enxergue-se nas falhas alheias,
não as aponte,
elas não são feias,
são apenas longos atalhos
de quem se encaminha
pro mesmo destino
sem saber ser inútil
travar uma luta
somente com os galhos.

Entrega

Te via, ali, parado,
seus olhos em mim refletidos.
Eu já não tinha mais voz pra falar,
você já não tinha ouvidos.
Sabemos sempre
que há um preço a pagar
por nossas escolhas,
nossos planos.
Mesmo assim resolvemos (não) ignorar
os riscos contidos na entrega,
e (não) nos entregamos.