quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

09/2016

As portas
que antes julguei 
trancadas
estavam apenas 
encostadas
esperando
um empurrão.
O destino
às vezes
nos escapa
porque a gente
se esquece
de dar

uma mão.


O amor acontece
pra quem
se abre
e recebe.
O que 
a vontade
impele,
a dúvida
repele.
Amor
não se pede,
é doação.


Ser feliz
assusta
e a gente
se encolhe
mas a felicidade
sempre engole
sem mastigar.


Tô numa
fase boa.
Desses momentos
em que a gente vive
como quem voa.
Só é uma pena
que quando
a chamo fase
pressuponho
no horizonte
a caminho
se aproximar
o que soa
como
um desastre.


De cada pessoa
guarda apenas
o que
te encanta.
Sem frustração 
ou mágoa
pela lembrança
do que
não foi vivido
conforme
o seu desejo.


A semente
da inveja
é sentir-se
incapaz
do que
o outro,
tão lindamente,
faz.
Mas,
se bem
iluminado,
esse sentimento
pode ser
transformado
em admiração.
E aí,
quem sabe,
você não saia
da platéia,
parta
pra protagonista
e encontre
seu papel,
sua própria
missão.


Sou flor menina,
dessas que se nota
pela lágrima
que brota
no peito
e desabrocha
na retina.
Sentir
é minha sina.
Talvez
um tanto
carente
meu coração
é como um imã
que puxa tudo
ao redor
e sente,
de forma intensa,
tão de repente
que até parece
mentira
pra quem
só entende
a vida
pela mente.


Paixão é vertigem,
tontura.
Infecção agúda.
É um Deus
nos acuda.
Loucura,
tortura.
Há quem diga
que não
tem cura.
Mas gosto mesmo
dessa fissura.
Deus me livre
de não me apaixonar.


A gente
só dá 
o que tem.
Se não quiser
receber
amor,
nem vem.


Nessa ânsia 
de receber 
a gente esquece 
o maior prazer:
se pertencer


A minha alma
veio suave
mas precisou
endurecer.
Aquela armadura
era só
um disfarce,
eu tinha
que me proteger.


Poesia é resistência 
da sensibilidade 
em essência.


Lembrei esses dias
de dias
em que eu fugia
da vida
mas ela insistia 
e não desistia
de mim.
E eu,
que já quase
desisti dela,
hoje a vejo
tão bela
que às vezes
ainda dói
mas não sei
o que seria
da minha vida
sem mim.


A gente
sempre quer
da vida
tudo,
mas e 
pra ela,
coitada,
o que
a gente
dá?



Sobre amor e outras drogas:

Essa dependência
altera a química
da minha essência.

Algo dentro
me diz:
vai.
E eu
não volto
mais atrás.

Sobre emPODERamento.
Eu vim
lá da senzala
embora pela
pele clara
não se possa
ver.
Mas o meu
cabelo crespo
fala
e o seu
discurso
é sobre poder.

O que não tem
explicação
se explica assim:
a vibração só traz
o que já é meu
pra mim.

Sou banquete,
cê mata a fome.
Mas não te dou,
eu empresto.

Há um
espaço vago
entre 
o meu corpo
e o seu abraço.

Eu sinto demais.
Eu sinto muito.
Eu sinto forte.
Eu sinto tudo.

Amor
é a verdadeira
revolução.
Somos a arma
e, empatia,
a munição.

No outono 
vou murchando.
Chega o inverno 
eu me retraio.
Entra a primavera
vou brotando.
No verão
eu me espalho.

Você vai
sem poesia,
que eu não vou
desperdiçar
uma linha
da minha escrita
pra fazer
a sua incoerência
rimar.

Quero alguém
que queira
a quem a amar,
seu desdém
não vai
me conquistar.

Camarão
que dorme
a onda leva.
Surfista
que demora
perde
a hora certa.

Na vida 
e no amor
quem não 
arrisca,
não petisca.

Meu corpo,
longe do seu
padrão,
não está
à espera
da tua
aprovação.

O nosso sangue 
é sagrado.
Nossos sonhos,
avisos.
Nossos corações 
têm nos guiado,
por vezes,
à territórios inimigos.

Palavras
e pessoas
certeiras
me atingem
em cheio.

De que adianta
intuir
se você 
não seguir
em direção 
à intuição?

Sobre o ciclo menstrual:
Nervos
à flor
da pele 
sugerem
o sangue
chegando.

A vida pede 
passagem
e nessa
viajem
o nosso 
destino
é amar.

Decepção 
não mata,
ensina
a escolher.

Gosto
da escrita
crua
feita aqui,
no agora.
Que surge
da espontânea
mente,
e vem
sem marcar
hora.

Não há vida
sem sentido.
Viver é sentir,
em cada instante,
o sopro do infinito.

Eu acredito
no fluxo
de energia
cósmica
e que ela flui
na gente
na mesma medida
em que a gente
se gosta.

No meu mundo
houve um tempo
onde tudo
era tédio.
Eram dias 
em que
eu não sabia:
realizar(se)
é o remédio.

A gente perde
pra aprender
que nunca teve.
E depois
faz poesia
sobre desapego
e um novo flerte.

A escrita
por tanto tempo
trancada
dentro de mim
hoje grita
pra se fazer escutar.
Não sei
se com o tempo
seu tom
será mais ameno
ou se ela
irá berrar.

O vôo da borboleta
enfeita paisagens
por todo o planeta,
feito flor
que dança 
com o vento
e que é para mim
como um amuleto.

Tá na hora
de desfazer
um laço
quando 
na garganta
ele dá
é um nó.

Sobre muitos dos meus amores:
Foi amor
à primeira vista
mas houve
um mal entendido,
não era amor
de amante
era amor
de amigo.

Eu sou
o que faço
eu não
me disfarço
pra me encaixar.
Na sua caixinha
estreita
e rasinha
tão pequenininha
me falta
o ar.

Você, rádio.
Eu, estação.
Se liga!
Me toca.

Eu trago
aqui dentro
um coração
a pulsar,
que é 
como uma
bússola,
ele me guia
e eu me deixo
levar.

Viver
não tem
volta,
mas pode-se
sempre
refazer a rota.

Todos sofremos
das mesmas
dores,
das de dente
às de amores.

Eu vou muito bem,
em linha reta.
Até você acenar,
lá longe,
me fazendo cair
da bicicleta.

Sobre arriscar novos começos:
As dúvidas
não nascem
da gente
elas surgem
da mente,
sempre tão
temerosa.
Todo início
é como
uma semente,
é só cuidar
com amor
que
no tempo certo
brota.

Depois de tanto
tempo longe
hoje, finalmente,
me encontrei.
Não é que eu
me ache,
mas o que eu sou
eu sei.

Nos acasos
estão guardados
presentes
pra quem olha
e enxerga 
com cuidado
o que antes
não via,
não por estar cega,
mas por estar
ausente.

É frágil
a existência
do corpo
acima do chão.
Num piscar 
de olhos
a gente bate
as botas
e vai abaixo
sete medidas
de mão.

Ela confiou
e a vida 
fiou 
uma rede
de proteção 
pra mantê-la
longe
do chão.

Se me ocupo
do agora
não me
preocupo
do amanhã,
que demora.

A gente
tem medo
que nada
de bom
aconteça.
Mas quando
começa
a dar certo
também
temos medo
a beça.

Setembro amarelo
é sinal de alerta
diminua a velocidade
e olhe pro lado
alguém pode
estar dando
seta.

O medo
paralisa
e aprisiona.
Vida é movimento.
Saia do conforto
dessa zona.

Não me 
convém ser
diferente
do que sou
pra convencer
o mundo
do meu valor.

Se não 
foi golpe
então
foi muita
falta
de sorte.


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